Érika, instrutora do yoga do Minas, educadora física pela UFMG e ex-atleta de natação do Clube, retoma o tema iniciado na matéria Ashtanga Yoga – o Yoga dos oito passos.
Érika, instrutora do yoga do Minas. Foto: Divulgação MTC.
Vamos aprender mais sobre a filosofia do yoga?
O mestre Patanjali compilou todos os saberes sobre o yoga num livro, o Yoga Sutra. Descreveu, neste livro, oito passos para que o praticante alcance a auto realização. Os sutras nos mostram o caminho para o auto-conhecimento, equilibrando o corpo, mente e espírito. São estes oito passos que deveríamos incorporar em nossa vida:
Yamas: Significa controle ou domínio É também a conduta moral e ética; código de conduta social; é o cultivo do que é positivo em nós e a renúncia do que é negativo.
Niyamas: Conduta disciplinar; código de conduta pessoal; purificação de si mesmo.
Asanas: são posturas psico-físicas do ioga
Pranayamas: são exercícios respiratórios; o controle da energia e regulação da respiração; início do recolhimento da mente e dos sentidos das suas atividades externas.
Pratyahara: São abstenções dos sentidos ou internalização.
Dharana: Concentração
Dhyana: Meditação ou contemplação
Samadhi: É a superconsciência; fusão de sujeito e o objeto; a iluminação.
Os dois primeiros, Yamas e Niyamas são a base de tudo.
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Yamas
São observâncias morais que formam a base da disciplina espiritual. São refreamentos, abstinências, em busca da purificação. Preparam o praticante para os próximos estágios. Desempenham o controle dos impulsos naturais, que se manifestam através dos órgãos de ação: braços, pernas, boca e órgãos sexuais e excretores.
Segundo Patanjali , existem cinco yamas :
- Ahimsa (não-violência)
- Satya (verdade)
- Asteya (não-roubar)
- Brahmacharya (domínio das energias, controle da energia sexual)
- Aparighara (não possessividade, não-ganância).
Hoje vou explicar melhor sobre um dos Yamas, começando por AHIMSA.
Em qualquer circunstância da vida devemos observar a não-violência. Sendo este yama a base de todas as outras normas morais
Ahimsa é o respeito incondicional a toda manifestação de vida, inclusive a nós mesmos. É a não violência de forma ampla, não só a não agressão física, mas também a agressividade manifestada em palavras e pensamentos de raiva, toda emoção negativa ou violenta que se manifeste em nós. Também é o respeito à Natureza, ao equilíbrio do ecossistema. É a prática de abster-se de ferir os outros de maneira mental, física ou verbal, em todos os momentos.
É não matar, não agredir, não ferir, nem causar nenhum tipo de dor a nenhum ser vivo.
Baseado nesta definição, o praticante de ioga deve estar atento, em todos os momentos, aos seus pensamentos, ações, palavras, posicionamentos, buscando não desferir em si ou em outro ser, a raiva, agressividade, buscando o respeito pelas diferenças, agindo com aceitação frente as suas próprias dificuldades e limitações. Deve buscar equilibrar-se sobre suas atitudes e ações.
Para alicerçar a sua prática, deve respeitar suas potencialidades, limites, avançando com segurança e auto observação, procurando aceitar-se como é, valorizando pensamentos positivos, motivadores, valendo-se da paciência, perseverança e disciplina.
Sendo assim, o yogin(i) tem seu caminho dentro da prática do yoga, pautado neste fundamental yama. Não somente na prática de ásanas, o praticante deve observar Ahimsa.
Pense nisso!
NAMASTÊ
BIBLIOGRAFIA:
. Iyengar,B.K.S, Iyengar yoga- posturas principais: uma introdução às posturas clássicas
. Satchidananda, Swami. Os Sutras do Yoga de Patanjali.
. Iyengar, B.K.S. Luz na vida.
. KUPFER, Pedro ;artigo: vivendo a ética do yoga; 24/07/2000.